quarta-feira, 30 de março de 2011

PAPANICOLAU.

ELE ESTÁ NA BERLINDA.

O principal teste para rastrear o câncer no colo do útero apresenta um índice de falsos negativos que pode chegar a mais de 60%.
Por isso os médicos alertam: Não adianta fazer exame cada 18 meses ou dois anos. Ele só vale se for repetido anualmente com disciplina ferrenha. Entenda por que.
Na visita anula ao ginecologista, não há mulher que saia do consultório sem o pedido de exame de papanicolau.
No entanto, ele esta sob uma saraivada  de criticas, disparadas por médicos que desconfiam de sua confiabilidade. Ora, ate seis em cada dez testes com resultado ok apresenta um falso negativo. Ou seja, afirma que esta tudo bem quando há uma lesão em andamento. “ Esses índices variam de local para local e dependem de fatores que vão desde a maneira como a amostra é coletada até a leitura do material”, explica Newton Sergio de Carvalho, presidente da Comissão Nacional Especializada em Trato Genital Inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
Criado em 1940 pelo medico grego George Papanicolau, radicado nos Estados unidos, o teste é simples. Consiste na raspagem para coletar células do colo do útero. Elas, então, são transferidas para uma lamina de vidro, e, em seguida, fixadas e colorizadas para analise ao microscópio. No entanto, dependendo da interpretação visual e pessoal do técnico que examina a amostra pelo equipamento, células defeituosas provenientes de um câncer podem passar despercebidas. “A tarefa de analisar as amostras é exatamente cansativa, o profissional gasta em torno de 15 minutos olhando para cada lamina. No final da jornada, a tendência é perder o foco e chegar a conclusões erradas”.
Para o médico brasileiro Eduardo L. Franco, diretor de oncologia da Divisão de Epidemiologia do Câncer da Universidade McGill, em Montreal, Canadá, os índices de erro seriam aceitáveis se a mulher fizesse teste todos os anos. “Esse tipo de câncer tem uma progressão muito lenta. Se assumirmos que a taxa que é falsos negativos do papanicolau é de 50% e aplicarmos o exame em 100 pacientes com células malignas, descobriremos o tumor inicial em 50 delas, enquanto as outras 50 receberão um resultado falso negativo”, raciocina. “No outro ano, ao aplicarmos o teste de novo, detectaríamos 25 dos 50 casos que escaparam do diagnostico certeiro no exame anterior. No terceiro ano, ficariam com o resultado verdadeiro.” É uma estimativa fria e horrível quando se fala em câncer de colo uterino. Mas serve para dar uma lição, fazer um papanicolau hoje e só repetir o exame daqui a dois anos dar chance ao azar.


OS EXAMES DE PREVENÇÃO.
Conheça os pontos fortes e os fracos dos testes disponíveis para flagra o câncer uterino.
PAPANICOLAUConsiste na raspagem e na coleta de células do colo do útero que serão analisadas ao microscópio para detecção de possíveis alterações morfológicas. Elas, por sua vez, indicaram um tumor. Quando o resultado é positivo, costuma-se pedir outros testes para afirmá-los. Na melhor das hipóteses a sensibilidade, ou capacidade de identificar mulheres que tem a doença, gira em torno de 74%. Isso conforme a qualidade serviço de saúde.
INSPEÇÃO VISUAL COM ÁCIDO ACÉTICO (VIA)Durante o exame ginecológico aplica-se acido acético diluído – o popular vinagre – no colo do útero. Graças a uma reação, exposta à substancia, as células alteradas ficam esbranquiçadas, Isso pode ser visto a olho nu e, ainda, fica registrado em uma foto. Tem uma sensibilidade media de 84% segundo estudo publicado na revista americana Obstetrical and Gynaecological Review em 2003.
INSPEÇÃO VISUAL COM LUGOL (VILI)Também chamada de teste de Schiller, consiste na aplicação de uma base de iodo no colo do útero. As células normais ficam com uma aparência amarronzada e as anormais, amareladas, indicando a presença de um tumor.
A sensibilidade gira em torno de 87,2% segundo estudo publicado em 2003 na revista americana Cancer Detection and Prevention.
CAPTURA HÍBRIDAO teste, que usa princípios da biologia molecular, é capaz de identificar a presença do papiloma vírus humano (HPV) antes mesmo de a paciente apresentar qualquer sintoma da infecção que pode desencadear o câncer.
Muito sensível, flagra a infecção por HPV em quase 100% dos casos. A detecção do vírus, porem, não significa que a mulher vá desenvolver o câncer.

QUANDO FAZER O TESTE?A cada dose meses desde a primeira relação sexual até os 65 anos,” responde Paulo Pnaud. Seu colega Gerk de Azevedo explica: “ o papanicolau faz o rastreamento de lesões cancerígenas, que não costumam produzir sinomas.ironicamente, a taxa de falso negativo pode ser ate maior em mulheres com cancer em fase mais avançada”. Mesmo assim, ainda mais em um país como o Brasil, não dá para abrir mão dele. Infelizmente, poucas mulheres suguem a orientação de repetir o teste uma vez por ano. “Há uma enorme parcela da população feminina que jamais se submete a ele”, lamenta Newton Sergio de Carvalho, da Febrasgo. Como o cancer avança lentamente, resultados falsos não devem ser motivo de desanimo, desde que o exame seja repetido sempre.
Médicos e autoridades da Organização Mundial da Saúde, a OMS, vêm buscando alternativas para minimizar o problema e melhorar o rastreamento do tumor cervical, outro nome para o câncer no colo do útero – que, diga-se, é o segundo que mais mata mulheres no mundo. Dados do Instituto Nacional de câncer (Inca) aponta que, ate o fim deste ano, 8 mil pacientes morrerão vitimas da doença.
“Pena, afinal ela é uma das poucas que seriam realmente reduzidas ao extremo com o programa de saúde publica e o exame preventivo anual”, diz Paulo Pnaud, coordenador do projeto Vacina HPV, Prevenção e Controle do Câncer de colo do útero do Hospital de Clinicas de Porto Alegre, no rio Grande do Sul.
UMA NOVA PROMESSA.
Autoridades de saúde americanas acreditam que a vacina contra HPV fará o papanicolau perder importância no longo prazo. Dois tipos de papaloma vírus humano, o 16 e o 18, são responsáveis por 70% dos tumores cervicais. “ Acreditasse que a vacina reduzira os casos de doença, mas isso só será confirmado com o passar dos anos”, opina Luis Gerk de Azevedo Quadros, da universidade federal de São Paulo, a Unifesp. Nem por isso tudo, fique bem entendido, as mulheres devem deixar de fazer o papanicolau regularmente. Como nenhum exame é 100% eficaz, a segurança vem da união de uma serie de medidas preventivas – entre elas, o teste que esta na berlinda.

FONTE DE PESQUISA: SAÚDE! é vital.

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