quinta-feira, 22 de março de 2012

Amigos imaginários

Reconhecer o que é uma fantasia saudável e um comportamento mentiroso preocupante é uma tarefa que requer muita atenção.

Depois dessa frase qualquer pai ou mãe se preocuparia ao ver seu filho dialogando com o “nada”.
Saber filtrar o que presenciamos ou ouvimos dos pequenos é uma tarefa bastante complexa.
É preciso cautela para discernir se a criança está mentindo para conseguir a atenção ou usando sua imaginação por meio da fantasia e de seus amigos imaginários. 
Um mecanismo que os pequenos costumam utilizar é supervalorizar fatos para conseguir olhares clementes ou a isenção de responsabilidade. Deve-se sempre conferir  as informações fazendo perguntas genéricas, “jogando verde” tais como: “Como foi o seu dia?”, “De que você brincou?”. 
Ao ouvir um relato fantástico de uma criança a postura mais prudente é não acreditar de imediato no enredo, muitas vezes rico em detalhes. Quando a criança chega em casa contando, por exemplo, que apanhou de um coleguinha ou do professora ela pode estar superdimensionando uma bronca ou discussão que tenha presenciado mesmo que não tenha sido com ela. 
Para crianças de até sete anos é comum fantasiar. O excesso de fantasia pode indicar um egocentrismo exacerbado, ao passo que a falta pode revelar um amadurecimento prematuro que também não é o ideal. Nesta fase ainda é possível haver certa confusão em separar a fantasia de realidade. Por isso, é sempre bom acompanhar de perto uma criança que, por exemplo, acredita verdadeiramente que é um super-herói. Na medida em que crescem e amadurecem o discernimento entre fantasia e realidade fica cada vez maior.
Os amigos ocultos, imaginários ou invisíveis costumam preocupar os pais que se assustam ao ver o filho conversando ou discutindo “sozinho”. Entretanto, na primeira  infância este é um comportamento esperado e saudável. No mundo de faz de conta, a criança é autoridade. Manda desmanda, dá bronca e se diverte, criando suas histórias e resolvendo seus conflitos. A criança adota o amigo, invisível ou concreto, que pode ser um bichinho de pelúcia, uma boneca, ou até uma parte dela, com o qual interage e elabora seus dilemas.
Há também crianças que criam histórias mirabolantes: gatos cor-de-rosa, super heróis que entram em seu quarto para salvá-lo de leões, jacarés que andam no meio da rua, viagens ao redor do mundo realizadas no dia anterior... Desde que dosadas, sem demasias, também não devem gerar grandes preocupações. 
Alguns fatores podem ser desencadeadores desses amigos ou personagens imaginários, como a hospitalização ou perda de um ente  querido ou de um bichinho de estimação, a mudança de casa ou escola, ou ainda a falta de convivência com outras crianças. Os amigos imaginários são passivos, obedecem, não lhe tiram brinquedos e estão sempre disponíveis. É ou não é o amigo ideal?
Pais e educadores devem estimular a fantasia das crianças e proporcionar a elas um ambiente que permita a expressão da criatividade e imaginação. Esse comportamento ilustra a capacidade criativa da criança e deve ser respeitado, para que possam fazer de seu jogo simbólico mais uma ferramenta para a formação de uma personalidade íntegra e saudável. 
Quando buscar auxílio?
A criança que passa a mentir de forma recorrente, descrevendo detalhes minuciosamente e seus enredos são tão ricos e verossímeis, que convencem os adultos que com ela convivem precisa de uma avaliação e acompanhamento de um profissional. Essas histórias, via de regra, colocam a integridade do outro em risco, podendo prejudicá-lo. Essa criança pode estar passando por momentos de tempestades emocionais promovidas pela perda de alguém querido, separação dos pais, nascimento de um irmão ou qualquer situação semelhante que o faça imaginar que não é mais aceito ou querido pelas pessoas mais importantes para ela.
As histórias fantásticas, os super-heróis ou fadas quando surgem em excesso podem indicar que a criança esteja se sentindo preterida ou carente e precisa se fazer chamar atenção por esse meio. Quando uma criança faz parte de um grupo em que, por exemplo, os amigos contam diariamente programas ou viagens interessantes que fizeram, descrevendo inúmeras peripécias de passeios realizados com papai, mamãe ou avós, e se ela não teve recentemente uma experiência prazerosa para compartilhar pode inventar sua história mágica e maravilhosa para se sentir incluída e amada também. Mais uma vez, se for um fato isolado, esporádico não deve, a priori, preocupar. Mas, se tornarem frequente e recorrente, recomenda-se também uma avaliação psicopedagógica.
Uma regra vale sempre: nada em excesso é saudável!
Mas lembre-se: criatividade, brincadeira, fantasia e imaginação fazem parte da infância e de um desenvolvimento saudável. Portanto, estimule, brinque e pergunte às crianças sobre suas histórias fantásticas. Elas farão delas indivíduos mais seguros, felizes e aptos a resolver seus conflitos.

Fonte: www.guiadobebe.com.br

sábado, 17 de março de 2012

Menstruação: Um assunto polêmico

A menstruação é, de fato, um assunto bastante polêmico. Você sabia que menstruar é um fenômeno da mulher moderna? É! As nossas tataravós menstruavam muito pouco ou não menstruavam.
Que tal fazer uma conta juntos? Há 200 anos, a primeira menstruação da mulher acontecia entre 15 e 17 anos e acabava entre 42 e 45 anos. São mais ou menos 25 anos de ciclo.
A mulher de hoje, por sua vez, inicia a menstruação entre 10 e 12 anos e para entre 48 e 52 anos. São cerca de 40 anos de ciclos!
Há, sem dúvida, uma grande diferença. Como não existiam antibióticos e vacinas, a medicina pouco conhecia sobre as doenças, havia um alto índice de mortalidade entre os recém-nascidos. De cada 10 crianças nascidas, apenas três a cinco conseguiam sobreviver.
Por isso, as mulheres engravidavam em média dez vezes. 10 gestações= 90 meses.
Um ano de amamentação, em média 120 meses. 90 + 120 = 210 meses.
Ou seja, eram 17,5 anos sem menstruar, em um total de 25 anos de ciclos, porque na gravidez e na amamentação não se menstrua.
Já a mulher moderna, nos seus 40 anos de ciclos, engravida, em média, apenas duas vezes, e amamenta durante cerca de seis meses. Resultado: são apenas 2,5 anos (30 anos) sem menstruar, em um total de 400 a 500 ciclos.

A menstruação é aliada ou vilã?

O ciclo menstrual é uma preparação para a gravidez. Todo santos mês o corpo da mulher faz uma tentativa nesse projeto. Anos atrás, o número de mulheres era menor (porque muitas morriam de parto) do que o de homens, ou seja, o assédio dos machos era constante e elas cumpriam o seu papel na reprodução.   
As mulheres viviam grávidas e nossa cultura reprimia todo o seu potencial de prazer no sexo.
Hoje as mulheres ganharam, em uma luta histórica, autonomia e liberdade para exercitar o sexo com anticoncepcionais modernos para evitar a gravidez. Ou seja, hoje já muitos ciclos e pouca gravidez. Aí aparecem as doenças do ciclo: cólicas menstruais graves,  TPM, endometriose.
Ganha-se aqui, perde-se lá.
Para felicidade e comodidade da mulher, a ginecologia moderna tem instrumentos para ajudá-la com esses problemas.
Para quem não tem problemas com o ciclo, ótimo! Mas para a mulher que sofre com dores, nervosismo, inchaços, perda de controle e está sujeita a infertilidade pela endometriose, o tratamento atual é suspender a menstruação. Por isso, não se assuste se algum ginecologista lhe propuser esse tratamento.

Menstruar ou não menstruar é um assunto que precisa ser esclarecido de forma clara:

1 - Na gravidez e na amamentação a mulher naturalmente não menstrua.

2 - A pílula anticoncepcional funciona como um mecanismo “imitando a gravidez”.

3 - Isso significa que os hormônios das pílulas foram aprimorados e hoje conseguem em “dose baixa” bloquear o que a gravidez só consegue com doses altíssimas de hormônios.

4 - A menstruação é bloqueada pela gravidez porque o que realmente está sendo bloqueado é a “ovulação” (não interessa a natureza liberar um óvulo se a mulher já esta grávida).

5 - Então é simples, vamos pensar juntos. Se menstruar só existe com a prévia ovulação, então não podemos confundir sangramento vaginal com menstruação.

6 - Como o mecanismo de funcionamento da pílula é bloquear a ovulação, fica óbvio que, quando você suspende por sete dias a pílula e sangra, não é menstruação. Ou seja, é um sangramento porque suspendeu a pílula e isso gera uma falsa impressão de menstruação.

7 - Então fica fácil entender. Quem usa anticoncepcional oral (pílula) há 20 anos e sangra a cada 28 dias, não menstrua há 20 anos, sangra um vez por mês, mas não é menstruação porque não ovulou (repito: a pílula, como a gravidez, bloqueia a ovulação).

8 - Então podemos dizer, pelo número altíssimo de mulheres no mundo que usam pílula, que a imensa maioria das mulheres não menstruam.

9 - Os implantes funcionam como pílulas modernas. São colocados sob a pele e liberam hormônio, então funciona como uma pílula sem parar os sete dias e com a diferença de não passar pelo estômago, não passar pelo fígado e não haver problemas do “esquecer de tomar” ou atrasar o horário do uso diário.


Fonte: Yahoo Brasil.

Conheça a fisiologia do sono dos bebês e entenda porque às vezes você erra pensando que está acertando.

O Efeito vulcânico: por que sono inadequado durante o dia (falta de sonecas ou sonecas curtas) resulta em extrema irritação e luta contra o sono?

Sono é uma necessidade básica da existência humana. Sono adequado é necessário para que bebês descansem, se desenvolvam e para que os hormônios do crescimento atuem e suas necessidades dependem de idade e maturidade. Na primeira infância, os padrões e características do sono são diferentes dos adultos. Vamos discutir um pouco da fisiologia do sono de bebês a partir dos seguintes princípios (1, 2):
1. Como adultos dormem: adultos adormecem e entram primeiro em sono profundo "não-REM" (REM da sigla em inglês para “movimentos rápidos dos olhos”), no qual a respiração é superficial e regular e os músculos estão relaxados. Cerca de 1 hora e meia depois, se passa para o sono leve ou ativo (sono REM), no qual os olhos se movem sob as pálpebras enquanto o cérebro se “exercita”: sonhamos e nos movimentamos, podemos até ir ao banheiro e não lembrar de nada. Esses ciclos de sono leve e profundo continuam se alternando a cada 2 horas, em média, ao longo da noite. Resultado: dormimos cerca de seis horas de sono tranquilo e duas horas de sono ativo. 
2. Como bebês adormecem: bebês não têm maturidade para adormecerem sozinhos, sem ajuda, e precisam dos pais para isso (embora alguns bebês aceitem ser postos sonolentos no berço). Precisam de um ritual de sono repetitivo, que inclui contato corporal, como embalo, amamentação ou outro. Seus olhos se fecham, sua respiração fica irregular e ele pode se assustar, contrair os músculos e sorrir rapidamente, o chamado "sorriso do sono", e pode continuar a sugar com a boca tremendo. Então, você tenta transferi-lo para o berço e ele acorda imediatamente! Isso acontece porque ele não estava completamente adormecido e, sim, ainda no estágio de sono leve. Tente fazer todo o ritual acima, mas espere mais tempo (cerca de 20 minutos) até que entre em sono profundo: pare de sorrir, a respiração se torne regular e superficial e os músculos relaxem (punhos se abrem e braços e pernas ficam “pendurados”). 
Portanto: adultos geralmente vão direto para o estágio de sono profundo, enquanto que bebês começam no estágio de sono leve
3. Bebês têm ciclos de sono mais curtos que adultos: cerca de uma hora depois de adormecer, o bebê volta à fase de sono leve: começa a se movimentar, parece que vai sorrir, sua respiração torna-se irregular. Essa transição entre sono profundo e sono leve é um período vulnerável a despertares. Muitos bebês acordarão, então, se houver algum estímulo desconfortável ou irritante (fome, sede, barulhos e outros). Se ele não acordar, permanecerá em sono leve durante os próximos 10 minutos e retornará novamente para o sono profundo. Enquanto que os ciclos de sono dos adultos (passagem de sono leve para profundo e depois de volta ao sono leve) duram em média 90 minutos, os ciclos de sono dos bebês são mais curtos, têm de 50 a 60 minutos. Isto significa que os períodos vulneráveis para acordarem à noite acontecem a cada hora, em média. Nesse período vulnerável, você pode colocar uma mão carinhosa em suas costas ou permanecer ao seu lado se ele estiver na sua cama para ajudá-lo a superar esse período de sono leve sem acordar. Concluindo: alguns bebês precisam de ajuda para adormecerem novamente no período vulnerável a despertares entre os ciclos de sono.
4. Bebês não dormem tão profundamente quanto você: ou seja, bebês levam mais tempo para adormecer e têm mais períodos vulneráveis para acordar (cerca do dobro dos adultos). Isso parece injusto com os pais cansados depois de um longo dia cuidando deles. Entretanto, veja o próximo item e entenderá que essas acordadas mais frequentes existem por uma razão vital e que manipular o ritmo natural de sono do bebê pode não ser de seu melhor interesse (então pense bem antes de adotar métodos de "treinamento de sono" com técnicas e apetrechos).
5. Acordar durante a noite traz benefícios à sobrevivência: no início da vida do bebê suas necessidades estão no limite máximo, mas sua habilidade de comunicá-las é mínima. Vamos supor que um bebê dormisse profundamente a maior parte da noite, isso significa que algumas necessidades básicas não seriam supridas. Seus estômagos são diminutos e mamadas frequentes e em livre demanda são as únicas formas de atender todas as suas necessidades nutritivas e emocionais. Além disso, o leite materno é digerido com rapidez. Se a fome não fizesse o bebê acordar facilmente, isso seria um risco para sua sobrevivência. Da mesma forma, se uma dificuldade respiratória ou um ambiente frio não acordassem o bebê e ele não pudesse comunicar tais necessidades, sua sobrevivência estaria em jogo. Bebês, então, têm mais períodos vulneráveis ao sono, acordam mais, demoram mais para dormir. Parece até injusto, mas assim foram programados e há pesquisas que comprovam que o sono ativo os protege (3). Então, encorajar um bebê a dormir profundamente demais, cedo demais, pode não servir ao melhor interesse de sua sobrevivência e seu desenvolvimento
6. Acordar durante a noite tem seus benefícios em termos de desenvolvimento: pesquisas mostram que o sono leve ajuda o cérebro a desenvolver-se (4), pois o fluxo sanguíneo até o cérebro quase dobra durante o sono REM (aumento mais evidente na área do cérebro que controla automaticamente a respiração). Durante o sono REM, o organismo trabalha na produção neurológica e acredita-se que o cérebro usa esse período para processar informações adquiridas durante o dia. No estágio de sono leve, os centros mais elevados do cérebro permanecem operando, mas durante o sono profundo esses centros são desligados e o bebê é mantido através dos centros inferiores do seu cérebro. É possível que durante o estágio de crescimento rápido do cérebro (o cérebro dos bebês cresce até cerca de 70% do volume adulto durante os primeiros dois anos), o cérebro precise continuar funcionando durante o sono para desenvolver-se. É interessante notar que prematuros passam ainda mais tempo do seu sono (aproximadamente 90%)  em REM, talvez para acelerar o crescimento cerebral (5). Então, o período da vida que humanos dormem mais e o seu cérebro se desenvolve mais é quando têm o sono mais ativo. 
7. À medida que crescem, os bebês atingem a maturidade do sono: Tudo bem, já entendemos isso, mas a pergunta que não quer calar é: quando, afinal, meu bebê dormirá a noite toda? A verdade é que essa idade varia enormemente entre os bebês. Nos primeiros 3 meses de vida, bebezinhos raramente dormem por mais que 4 horas seguidas sem precisarem de uma mamada. Mesmo assim, eles dormem um total de 14-18 horas por dia. Entre 3 e 6 meses de idade, a maioria fica acordada por períodos maiores durante o dia e alguns podem até dormir por 5 horas seguidas durante a noite (e isso é chamado ‘dormir a noite toda’ para um bebê). Tenha em mente que outros pais geralmente exageram quanto ao padrão de sono de seus bebês, como se isso fosse um distintivo de "boa maternagem", quando, na verdade, não é.
8. Bebês ainda acordam conforme vão se desenvolvendo: apesar de atingirem uma maturidade de sono até o final do primeiro ano, muitos ainda acordam por vários motivos, tantos físicos como psicológicos. Acontecimentos importantes no desenvolvimento, como sentar, engatinhar, caminhar, levam os bebês a "praticarem" suas novas habilidades enquanto dormem. Então, entre um e dois anos de idade, quando o bebê começa a dormir durante os estímulos para acordar acima mencionados, outras causas levam-no a acordar durante a noite, como ansiedade de separação e pesadelos. Para revisar com detalhes as fases de crescimento e desenvolvimento que interferem no sono do bebê veja o artigo sobre o tema (6). Finalmente, outro fator que pode fazer uma diferença na qualidade de sono é sua alimentação. Para maiores informações, ler o artigo “Comer bem para dormir bem” (7). 
Agora que já sabemos essas lições essenciais do sono de bebês, vamos discutir a influência do sono diurno (sonecas) no sono noturno. Conforme a criança cresce e ganha maturidade, a quantidade de tempo que consegue ficar acordada e feliz aumenta. Assim, um bebê recém nascido só consegue ficar acordado de 1 a 2 horas antes que o cansaço se instale, enquanto que uma criança de 2 anos consegue durar até 7 horas acordada antes de precisar de uma soneca. Mas apenas após os 4 ou 5 anos de idade (as vezes mais) a criança consegue passar o dia todo sem sonecas e feliz, conforme a tabela e figuras abaixo.
Idade e tempo médio que crianças aguentam acordadas e felizes entre sonecas
Recém nascido 1 - 2 horas
6 meses 2 - 3 horas
12 meses 3 - 4 horas
18 meses 4 - 6 horas
2 anos 5 - 7 horas
3 anos 6 - 8 horas
4 anos 6 - 12 horas
Gráfico de Horas de Sono e Sonecas por idade
Tabela e Figura 1. Tempo médio necessário de sono noturno e diurno, por idade. Como se tratam de médias, variações são comuns e esperadas.
Então, imagine que pela manhã a criança acorda totalmente restaurada, cheia de energia, mas que conforme as horas passam, aos poucos, os benefícios do sono da noite passada são esgotados e ela precisa dormir novamente. Quando entendemos isso e não deixamos a criança ficar muito tempo acordada (“passar do ponto”, como costumamos dizer), e a colocamos para tirar uma soneca assim que percebermos sinais de sonolência, fortalecemos os benefícios do seu reservatório de sono, permitindo que ela ‘recomece’ o dia cheia de energia após cada período dormindo.
Por outro lado, quando não percebemos os sinais de sono (bocejar, esfregar olhos, perder interesse no ambiente, olhar parado, como “hipnotizado”, chorar, puxar cabelos e orelhas, algumas vezes até gritar), e não as ajudamos a adormecer quando os primeiros sinais aparecem (fazendo um ritual de soneca simples, porém repetitivo, com ambiente apropriado: escuro e com sons estáticos ao fundo), ou quando as “forçamos” a ficarem acordadas além de suas necessidades biológicas sem uma soneca, elas ficam exaustas, chorosas e infelizes. 
Conforme os números acima, bebês novinhos aguentam um breve espaço de tempo acordados e a pressão do sono já chega, apenas entre 1-3 horas depois de despertos. Por isso é que recém nascidos dormem várias sonecas ao dia e bebês novos requerem 2-4 sonecas diárias. Conforme o tempo, os ciclos de sono do bebê ganham uma maturidade e eles são capazes de ficar acordados mais tempo entre sonecas. 
Vale à pena reforçar também que, para serem restauradoras, as sonecas devem durar 1 hora no mínimo (para completarem as fases do ciclo de sono). Isso a partir de 3-4 meses, pois antes disso o padrão de sono é muito imaturo. Além disso, recém nascidos geralmente dormem em ambientes barulhentos e com atividades ao redor, mas conforme crescem, ambientes barulhentos e claros são distrações que interferem na habilidade do bebê adormecer. 
Aliás, pesquisas sugerem que até adultos se beneficiariam de uma soneca no meio do dia ou pelo menos uma pausa para descansar (8).
Então o que é esse tal de ‘efeito vulcânico’?
Conforme o dia passa e a pressão do sono se instala, a criança fica mais irritada, chorosa e menos flexível, tem menos paciência, perde a concentração e habilidade de aprender e absorver novas informações.  O termo científico para esse processo é "pressão de sono homeostática". Elizabeth Pantley, em um de seus livros especificamente sobre sonecas (9) chama esse fenômeno de ”efeito vulcânico”, que é o que adotamos também. Todos já vimos esses efeitos em bebês ou crianças. É tão claro como assistir um vulcão entrar em erupção. Observamos uma criança chorosa e irritada e pensamos: "É sono, precisa de uma soneca!" 
Sem o descanso da soneca a pressão homeostática continua se acumulando até o final do dia, crescendo e se intensificando, como um vulcão, até que a criança estará completamente exausta, elétrica e incapaz de parar a explosão. O resultado é uma batalha intensa na hora de dormir com uma criança exausta, ranzinza ou um bebê que não consegue adormecer, não importando o quão cansado esteja!
Isso acontece por que o cortisol, hormônio que sinaliza a vigília, é liberado em quantidades maiores quando a pressão do sono se instala e o descanso não ocorre. Cortisol também é o ‘hormônio do estresse’ que é liberado quando o bebê ou a criança chora (secretado em quantidades potencialmente danosas ao cérebro quando o choro não é consolado e prolongado) (10-15). Cortisol antagoniza os efeitos da serotonina e melatonina, substâncias responsáveis pelo sono. Ou seja, quanto mais tempo acordada, mais cortisol em seu corpinho, mais choro de irritação, que libera mais cortisol ainda, e mais dificuldades de dormir, além de poder acordar muito cedo também pela manhã no dia seguinte. 
Apesar de parecer paradoxal aos olhos de um adulto, isso explica porque a criança muito exausta, ao invés de adormecer facilmente, luta contra o sono (figura 2).
Progressão do efeito vulcânico no organismo.
Figura 2. Progressão do efeito vulcânico no organismo.
Pior ainda, uma criança que perde sonecas dia após dia acumula privação de sono que a põe no estágio do “vulcão em erupção” mais e mais rápida e facilmente. E pior ainda é se ela está perdendo sonecas e também não tem uma boa qualidade ou quantidade de sono noturno!
Vale lembrar que o efeito vulcânico não acontece só em crianças, mas afeta adultos também, por isso nos vemos ranzinzas e irritados no final de um longo dia e quando as crianças estão irritadas e sonolentas o resultado é uma fileira inteira de vulcões explodindo!
A pressão de sono pode ser intensificada por problemas do ambiente como: noite de sono passada ruim (déficit de sono prévio), estresses diários, mudança na rotina, visitantes, dentes nascendo, doenças e outros. Mais ainda, o estado de espírito de cada pessoa afeta os outros, causando um mau humor contagioso, especialmente em bebês, que são muito especialmente sensíveis ao nosso estado de espírito. 
O conceito do vulcão traz ainda outra observação importante: sonecas de qualidade podem compensar por sono noturno perdido, mas tempo extra de sono noturno NÃO compensa sonecas perdidas (devido ao conceito de pressão de sono homeostático). Portanto, não importa se a criança dormiu bem à noite ou não, suas sonecas diárias são importantíssimas para liberar a pressão de sono em ascensão.
O que fazer para sair desse ciclo vicioso?
Algumas mães relatam que passam o dia todo tentando fazer seu bebê dormir, e muitas vezes isso acontece porque desconhecem o tempo médio que aguentam permanecer acordados fisiologicamente. Então eles “passam do ponto” ou entram em efeito vulcânico frequentemente. Deixam os bebês acordados até tarde da noite, não permitem que tirem sonecas por acreditarem que dormiriam melhor a noite (quando, na verdade, é o oposto), ou tiram sonecas rápidas, de meia hora ou menos, que não completam as fases do ciclo de sono e não são restauradoras. É um ciclo vicioso, uma bola de neve que se inicia logo pela manhã: quanto menos sono nos momentos apropriados, mais dificuldades para os sonos a seguir.
Então, a melhor estratégia para lidar com isso é prevenir que o efeito vulcânico se instale. Em primeiro lugar, investindo na qualidade das sonecas e ajudando o bebê a tirar sonecas restauradoras. Pode-se fazer isso da maneira mais eficiente que a mãe encontrar de adormecer o bebê, e não se esquecendo de proporcionar um ambiente apropriado ao sono (como já dito acima, um ambiente escuro e com sons estáticos ao fundo é o ideal). Sons estáticos são sons repetitivos e que conduzem ao sono, os quais o bebê já está acostumado a ouvir no útero materno, como, por exemplos: som do mar, chuva, oceano, ar condicionado, ventilador, secador de cabelo, rádio fora de sintonia e outros. Uma dica: grave um CD com este tipo de som e toque durante toda a duração da soneca e a noite toda também. Até nós adultos nos beneficiamos disso. Quem não dorme bem quando chove lá fora ou tira uma bela soneca numa rede a beira-mar?
Se for preciso esticar as sonecas colocando o bebê para dormir novamente no meio da soneca, faça-o, pois esse é um aprendizado que o bebê não faz sozinho, ele depende da nossa ajuda. Se o bebê dormir melhor no seu colo ou mamando ou precisar ser embalado novamente, que seja. É importante evitar a progressão do efeito vulcânico e um bebê exausto precisa mais do que nunca de ajuda para adormecer. Novamente, um ritual de sono noturno condutivo ao sono também é importante e é benéfico que as crianças durmam cedo, pois têm tendência a acordar cedo. 
A espécie humana é uma das que nascem mais precocemente no reino animal, até entre os primatas. Isso porque o "preço" da nossa inteligência, o cérebro enorme (que foi evoluindo por milhões de anos), não poderia terminar de se desenvolver no útero da mãe ou o parto não seria possível, em conjunção com outro fator evolutivo: nos levantamos e andamos, somos bípedes. Fato é que bebês nasceram neurologicamente inacabados! São dependentes e precisam de nossa ajuda, toque, carinho, atenção, ser atendidos quando choram, receber colo, ajuda para dormir quando precisam.
Em outras palavras, o bebê sente um mal estar, mas não sabe identificar a causa, não entende que é sono, não sabe como resolver esse problema (ou seja, dormindo), não sabe como pegar no sono, e só tem a linguagem do choro para comunicar suas necessidades (físicas e emocionais).
Para concluir: uma rotina com sonecas estáveis e restauradoras é muito importante, com um ritual de sono noturno que conduza ao sono. O que mais importa, então, é o intervalo entre sonecas e não o horário propriamente dito (lembrando que o intervalo que aguentam acordados vai aumentando conforme sua maturidade).

Fonte: www.guiadobebe.com.br

Alimentação na praia: quais as melhores opções?

Cuidado nas escolhas dos alimentos é essencial para manter a saúde. 

Sol, praia, água de coco e uma porçãozinha é a combinação perfeita! Mas, é fundamental ficar atento à higiene e procedência dos alimentos que consumimos para evitar intoxicações alimentares.
É importante observar as características dos alimentos como cor, odor, textura e aparência. Os alimentos que já passaram pelo processo de cozimento devem ser consumidos com mais cautela, pois não irão passar por mais nenhum processo para eliminação de bactérias, que é o caso do camarão frito, queijo grelhado, milho cozido.
Se a escolha for os lanches naturais, observe se estão armazenados em equipamentos de refrigeração adequados, pois devido à alta temperatura, os recheios podem estragar.
Também evite consumir alimentos comercializados por vendedores ambulantes, pois geralmente não são armazenados em equipamentos adequados e sofrem grande exposição solar.


Prefira se alimentar em quiosques, onde o alimento é preparado na hora, sempre observando as condições de higiene do local, que deve estar limpo e organizado, conter pia para higienização das mãos, possuir equipamentos adequados, e os funcionários devem estar com o uniforme limpo, unhas curtas, barba feita e cabelos presos e protegidos.

Uma boa pedida é levar de casa os alimentos que serão consumidos, como frutas in natura, frutas desidratadas, produtos industrializados como biscoitos integrais, biscoito de polvilho e barras de cereais.
Além disso, é importante que o banhista também realize a higienização das mãos antes de se alimentar, evitando a contaminação dos alimentos.
E não esqueça que a hidratação é essencial, já que no calor, nosso corpo perde mais água do que o normal, por isso, a importância de aumentar a ingestão de líquidos. Além da água, você pode beber água de coco, suco natural, chá gelado e picolés de frutas.
Aproveite o passeio e divirta-se!

Fonte: Dieta e saúde

Gorduras que ajudam e prejudicam o coração.

Embora muitas vezes a gordura seja vista como vilã, ela 
também deve estar presente em uma alimentação saudável. 

A gordura é responsável pela produção de alguns hormônios e também pelo transporte de vitaminas lipossolúveis, como é o caso da Vitamina A (vital na manutenção de nossa visão), Vitamina D (essencial para absorção de cálcio e para a formação dos ossos), Vitamina E (protege as membranas de células dos danos de oxigenação) e K (ajuda na coagulação sanguínea).
Existem gorduras que fazem mal ao coração e aumentam o risco de problemas cardíacos. Por outro lado, alguns tipos de gordura ajudam a proteger nosso coração.
Para entender melhor, é fundamental conhecer um pouquinho sobre essas gorduras:

Colesterol está naturalmente presente no nosso sangue, é responsável pela produção de hormônios. No entanto, níveis muito altos de colesterol aumentam o risco de doença cardíaca. Como o colesterol é uma espécie de gordura, ou seja, não mistura com líquidos, o colesterol não se dissolve no sangue. Sendo assim, para cumprir suas funções é necessário se unir a certas proteínas, denominadas lipoproteínas, que conhecemos como HDL e LDL.

HDL é o "bom" colesterol: retira o excesso das gorduras da célula, devolve para o fígado, onde será eliminada via intestino.
LDL é o "mau" colesterol: ajuda as gorduras entrarem nas células, então a célula utiliza o que precisa, e o restante é acumulado nas paredes dos vasos sanguíneos, sob a forma de placas, prejudicando a circulação do sangue.

Os níveis ideais de colesterol no sangue são:

* Colesterol Total - abaixo de 200mg/dL de sangue
* HDL - acima de 35mg/dL de sangue
* LDL-abaixo de 130mg/dL de sangue

As gorduras que devem ser evitadas são as gorduras saturadas, que estão associadas ao aumento do LDL. Esse tipo de gordura está presente em alimentos de origem animal, sendo importante diminuir a ingestão de manteiga, leite integral, queijos gordurosos, frango com pele e carnes gordas. A gordura trans também deve ser evitada, já que é capaz de reduzir o bom colesterol e aumentar o mau colesterol. É encontrada em diversos alimentos industrializados como bolachas, balas, doces, gorduras hidrogenadas e algumas margarinas.
Também encontramos as gorduras boas, que são do tipo insaturada e estão divididas em dois grupos: monoinsaturada e poliinsaturada.

A gordura monoinsaturada, que pode ser encontrada em óleos vegetais, como o azeite de oliva, óleo de canola, também em oleaginosas (nozes, amêndoas, castanhas) e abacate ajuda a diminuir o LDL sem alterar o HDL, diminuindo a chance de formação de placas de gorduras nas coronárias.

Já as gorduras poliinsaturadas ajudam a diminuir os níveis de LDL e estão dividas em dois grupos principais: ácido alfa linoleico, que é conhecido como ômega-3 (encontrado principalmente nos vegetais verde-escuro e em óleos de peixe como salmão, bacalhau, cavala, atum) e ácido linoleico, conhecido como ômega 6 ( encontrado em óleos vegetais como de linhaça, canola, soja, milho, nozes, gergelim). É fundamental ingerir alimentos fontes de ômega 3 e 6, pois nosso organismo não os produz.
Como explicado anteriormente, a gordura deve sim fazer parte da nossa alimentação diária. Mas, para que seja fornecida de forma adequada é importante que a quantidade de gordura total de nossa alimentação represente de 25 a 35% do nosso valor energético total, sendo que os ácidos graxos monoinsaturados devem representar menos ou 20% dessa quantidade de gordura, os ácidos graxos polinsaturados menos ou igual a 10%, os ácidos graxos saturados menos ou igual a 7%, os ácidos graxos trans menos ou igual a 1% e o colesterol menos que 200 mg/dia.

Fonte: Minha vida (Dieta e saúde)

quinta-feira, 1 de março de 2012

O mau hálito e suas relações com as doenças bucais e sistêmicas

Cerca de 75% dos casos de halitose (mau hálito) têm sua origem em um problema bucal. Outras causas do mau hálito são os distúrbios gástricos, infecções nos seios [maxilares/paranasais] e doença gengival grave? ? afirma o Dr. Mark Wolff, Ph.D., diretor de Odontologia Operativa da State University of New York, em Stony Brook.
O sucesso do tratamento depende da determinação de sua causa. Tão logo o dentista determine a causa, o tratamento pode começar1.
O mau hálito pode ser causado por:
  • Fatores externos ? alimentos, como cebola e alho, e bebidas, como café e álcool, e o fumo;
  • Má higiene bucal ? quando a placa bacteriana e resíduos alimentares não são completamente removidos;
  • Enfermidade bucal ? gengivite e doença periodontal;
  • Próteses totais ? formação da placa e acúmulo de resíduos nas próteses, que precisam ser limpas diariamente;
  • Amígdalas ? as fendas (criptas) mais largas das amígdalas podem permitir que os resíduos se acumulem na área;
  • Infecções do aparelho respiratório ? garganta, seios [paranasais] e pulmões;
  • Boca seca (xerostomia) ? que pode ser causada por problemas nas glândulas salivares, medicamentos, respiração pela boca, radioterapia e quimioterapia;
  • Doenças sistêmicas? diabetes, doenças renais/hepáticas, pulmonares e dos seios [maxilares/paranasais], distúrbios gastrintestinais;

Qual a relação entre doença bucal e doença sistêmica?

Pesquisas recentes sugerem que há uma relação entre doenças bucais e doenças sistêmicas (diabetes, doenças cardiovasculares, derrame cerebral, infecções respiratórias, mal de Alzheimer) e outras enfermidades. Quando o tecido gengival se inflama dando origem à gengivite, mediadores inflamatórios chamados citocinas, presentes no tecido gengival, podem passar para a saliva e serem aspirados para dentro dos pulmões. As bactérias responsáveis pela periodontite também podem penetrar no sistema circulatório e deslocar-se até outras partes do corpo. As bactérias bucais podem causar infecções secundárias ou a inflamação de outros tecidos ou sistemas orgânicos do corpo (2).

Quem você deve consultar, se tiver mau hálito?

Se achar que a causa de seu mau hálito é a dieta alimentar, consulte um nutricionista. Ele poderá ajudá-lo a modificar sua dieta. Se o problema for má higiene bucal e você tiver gengivite, (inflamação da gengiva) ou periodontite (perda do osso que sustenta os dentes), consulte seu dentista e peça instruções sobre como melhorar a higiene bucal. Se o problema for infecção das amígdalas ou uma infecção respiratória, siga as recomendações de seu clínico geral ou de um especialista em ouvido, nariz e garganta (otorrinolaringologista) ou doenças do pulmão e trato respiratório (pneumologista). Nos Estados Unidos, a maioria das pessoas têm a sensação de boca seca devido a medicamentos, disfunção das glândulas salivares ou ao fato de estarem passando por tratamento de câncer com rádio ou quimioterapia. Por favor, consulte seu médico, cirurgião maxilofacial ou oncologista e siga as orientações que lhe derem sobre os produtos que podem aliviar os sintomas da boca seca. As pessoas que têm diabetes, problemas renais, hepáticos ou distúrbios gastrintestinais devem consultar um clínico geral, um urologista ou gastroenterologista para saber como reduzir o mau hálito. Entre em contato com seu dentista e peça informações sobre a especialidade médica indicada para resolver seu problema de mau hálito.

Fonte: Yahoo

Sono melhora com a idade, diz estudo

Pesquisa americana com mais de 150 mil adultos contraria a crença comum de que o sono pioraria com a idade

As consequências dos problemas do sono são menos percebidas pelos adultos mais velhos As consequências dos problemas do sono são menos percebidas pelos adultos mais velhos (Thinkstock)
A dificuldade para dormir pode não estar associada à idade, segundo pesquisa da Universidade de Pensilvânia, nos Estados Unidos, publicada na edição de março da revista Sleep. Na verdade, a qualidade do sono parece melhorar ao longo da vida. Entre os participantes do estudo, os adultos na faixa dos 80 anos foram os que menos se queixaram.

 

 

Opinião do especialista

Dalva Poyares
Neurologista e coordenadora do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

"Já se sabe que os distúrbios do sono trazem menos consequências diurnas aos idosos do que aos jovens. Por exemplo, um idoso que sofre de insônia reclama menos do que um jovem com o mesmo problema. Isso acontece porque, com o envelhecimento, sofremos uma alteração da regulação do sono e da vigília. Essa alteração faz com que os idosos reclamem menos, porque as consequências dos distúrbios durante o dia são menores do que nos jovens.
Não significa que os idosos não possuem problemas em dormir, eles possuem, mas sentem menos. E como a pesquisa contou com entrevistas, ou seja, atingiu a percepção subjetiva do indivíduo, os resultados mostraram o que os participantes sentem, e não o que sofrem de verdade. Mas o estudo é importante, pois faz com que os médicos se atentem aos problemas de sono dos adultos mais velhos. Não é porque eles não reclamam que não sofrem."
Em pesquisa telefônica aleatória, 155.877 adultos de diversos estados dos EUA foram questionados sobre distúrbios do sono e cansaço diurno. Foram relatados ainda outros fatores, como tipo de pele, renda, educação, humor, saúde e data do último exame médico. Todos os dados foram analisados posteriormente pelos pesquisadores.

Problemas de saúde e depressão foram claramente associados ao sono ruim, e as mulheres de todas as idades relataram mais distúrbios do sono e cansaço do que os homens. Foi observado ainda um pequeno aumento de problemas em dormir durante a meia idade — mais por parte das mulheres do que pelos homens. Mas exceto isso, a qualidade do sono melhorou consistentemente ao longo da vida. Ou pelo menos foi assim que as pessoas relataram.

O maior número de reclamações veio por parte de jovens entre 18 e 24 anos. Cerca de 25% das mulheres e 18% dos homens dessa faixa etária afirmaram ter problemas para dormir. Já os entrevistados mais idosos — mulheres com mais de 80 anos e homens entre 70 e 74 anos — foram os que apresentaram menos queixas. Nessa faixa etária, 17% das mulheres e 15% dos homens reclamaram de algum distúrbio do sono.

Segundo Michael Grandner, coordenador da pesquisa, o objetivo inicial do estudo era confirmar, entrevistando um número grande de pessoas, que os problemas do sono estão associados à idade. Mas os resultados derrubaram a teoria e comprovaram que a dificuldade em dormir é menos percebida em adultos mais velhos. "Isso é uma resposta à prática clínica de ignorar as queixas de sono dos idosos, considerando ser parte normal do envelhecimento", diz Grandner.

Fonte: Revista veja