Segundo estudo, maioria dos homens submetidos à novidade manteve ereção após o tratamento.
Uma pesquisa publicada na revista Lancet Oncology aponta uma nova técnica de tratamento contra o câncer de próstata que usa ondas de ultrassom concentradas só nas partes da próstata atingidas por tumores. A vantagem dessa novidade é que causa poucos efeitos colaterais em comparação ao tratamento tradicional.A análise contou com 42 homens de idade entre 45 e 80 anos, com tumores localizados de grau inicial até agressivo. Todos foram submetidos a ressonâncias magnéticas. Por meio delas, foi possível identificar as regiões do órgão afetadas por tumores. Em seguida, deu-se início ao tratamento com ultrassom de alta frequência, que destrói o tecido doente pelo calor.
Os resultados mostraram que 90%
dos homens que tinham ereção antes do tratamento mantiveram a função
após os 12 meses de pesquisa, sendo que 14 indivíduos pertencentes a
esse grupo precisavam da ajuda de remédios. Além disso, o tratamento não
causou incontinência urinária.
Os dados são surpreendentes: 20% dos homens submetidos à radioterapia ou cirurgia de retirada da próstata sofrem disfunção erétil após o tratamento. A técnica padrão ainda causa problemas para conter a urina, que atingem de 30% a 70% dos pacientes.
No Brasil, a versão da máquina
de ultrassom com foco de alta intensidade só pode ser encontrada no
Hospital A. C. Camargo, em São Paulo. Após a descoberta e testes mais
abrangentes, entretanto, deve aumentar a disponibilidade do novo
tratamento.
Câncer de próstata: entenda os procedimentos quando a doença é descoberta
Segundo o urologista Ricardo La
Roca, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia, quando é
detectado um câncer de próstata, o primeiro esforço é saber se o tumor
está localizado, avançado ou metastático. Se está situado internamente,
recorre-se à cirurgia, à radioterapia externa ou à braquiterapia, que
também é uma forma de radioterapia.
Quando o tumor está avançado ou
já existem metástases, o médico pode indicar o uso de hormônio e optar
por fazer ou não a cirurgia e a radioterapia, dependendo de uma série de
fatores.
A primeira opção de tratamento é
a cirurgia, feita através de uma incisão no abdômen, abaixo do umbigo,
pela qual a próstata é removida e, com ela, o tumor. O doente permanece
no hospital por quatro ou cinco dias. A radioterapia externa é realizada
através de múltiplas aplicações, uma por dia, de um feixe concentrado
de irradiação que incide sobre a próstata.
É um tratamento
prolongado, que se estende por seis ou sete semanas, mas um pouco mais
simples do que a cirurgia, já que não envolve internação, nem anestesia.
E por fim, o terceiro método é a braquiterapia, que consiste na
colocação de agulhas na próstata do doente mantido sob leve anestesia,
através das quais são inseridas sementes radioativas dentro da glândula.
A cirurgia é a opção de
tratamento mais agressiva, pois é uma intervenção complexa. A
radioterapia e a braquiterapia são procedimentos mais simples, embora a
próstata permaneça no organismo e possa apresentar uma recidiva do
tumor, além de manifestações obstrutivas como a hiperplasia benigna.
No caso do tratamento do câncer
de próstata neste estado, a cirurgia pode acarretar impotência sexual
por lesão dos feixes neurovasculares que passam ao lado da glândula, bem
como incontinência urinária nos três primeiros meses. A opção
radioterápica não leva à incontinência urinária, mas em alguns casos,
pode causar algum déficit sobre a potência sexual.
No câncer de próstata, só é
possível falar em cura, depois de 10 anos sem a doença. Quem sobrevive 5
anos provavelmente está curado, mas é preciso esperar 10 anos para a
alta definitiva. Quando o tumor está dentro da próstata, com a cirurgia
há cura entre 85% e 90% dos pacientes. Se já saiu da glândula, a
eficiência do tratamento cai muito. Com a aplicação de radioterapia e
braquiterapia, 70% dos pacientes estão curados, depois de 10 anos. Com o
tratamento cirúrgico, a doença pode reaparecer em 10% a 15% dos casos.
Quando isto ocorre, o urologista pode lançar mão de medicações
antitumorais ou hormonais que controlarão a doença por outro longo
período, se ela for diagnosticada a tempo.
Fonte: Yahoo.com
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